déification.


11/10/2017

“Hoje ela estava incrivelmente divina. Estou loucamente apaixonado por ela.
O que será possível pra chamar a atenção dela? Ser um bom aluno? Um péssimo aluno?
Talvez eu deva mostrar que me empenho, mas possuo algumas dificuldades?
Ela é misteriosa demais. 
Finalmente ela deu uma chance pra nós e nos contou um pedaço, ainda que pequeno, da sua vida.
Que diabos uma mulher que escreve, ao meu pobre entendimento, muito bem, foi fazer em física ao invés de literatura?
Mulheres...
Nunca me peguei escrevendo como faço agora."

Na manhã seguinte, após o término da aula os alunos são liberados para o horário de intervalo.
Andrew toma iniciativa.
- Professora? - ele se aproximou da sua mesa.
- Diga, Andrew.
- Eu observei que na sua bolsa tem um patch de um clube de tiro ao alvo.
- Sim. É um stand que costumo ir.
- Nossa! A senhorita atira?
- Me chame de você, por favor! - ela sorri. - Mas sim, de vez em quando e você?
- Eu? Eu não, acho que nem levo jeito. Até fico um pouco envergonhado de dizer isso.
- Podemos ir qualquer hora.
- Quando você quiser, só não atirar em mim.
- Eu jamais faria isso, só não me decepciona nas notas. – Ana estava terminando de pegar suas coisas e caminhando em direção a porta.
- Eu tento. Então, quando? – Andrew tentou não perder a oportunidade.
Ana parou e se virou para ele.
- Bom, visto que segunda não teremos aula, eu irei lá. Podemos nos encontrar.
- Onde fica, posso pedir uma carona pro meu pai.
- Você tem quantos anos? – Ana fez uma cara pensativa.
-  Isso não importa, eu acho.
- Claro que importa, e muito. Sei que é maior, mas não lembro da sua idade, já devo ter visto na ficha de alunos.
- Melhor você não saber, isso pode influenciar na minha mira.
Ana sorriu e se encaminhou em direção a porta.
- Me espera na praça da escola, segunda as 17 horas.
- Fechado!
Andrew faltou pular, estava animado com a possibilidade de um pseudo primeiro encontro.
Finalmente havia chegado o dia, estava tão ansioso que chegou uma hora antes.
Foram os 60 minutos mais longos de sua vida. Ele olhou por cima do ombro de onde estava sentado e viu a bendita professora encostando com o carro. 
Antes que ela buzinasse, ele levantou e caminhou em direção, tentando agora disfarçar não só a ansiedade, mas o nervosismo.
Ele abriu a porta.
- Tudo certo, Andrew?
- Opa! Acabei de chegar, fiquei com medo de você já ter passado.
- Bom, eu sou pontual, não sei se você já percebeu.
Eles sorriam, e ela deu partida rumo ao local combinado.
Ela estava com calça moletom, tênis e camiseta tamanho G da banda Audioslave.
Andrew olhou para ela disfarçadamente e por uma fração de segundos sentiu seu pênis endurecer, que pra sua sorte, ele estava com uma mochila e a agarrou para evitar constrangimento. 
- Não vai me dizer sua idade? Prefiro evitar passar vergonha quando posso.
- Vou dizer, mas quanto você acha que tenho?
- Ah, levando em conta que saiu direto do ensino médio e ingressou na faculdade, uns 20, mas pela sua estatura e fisionomia, uns 25.
- Olha, só... Como sabe que entrei direto na faculdade? Andou lendo minha ficha?
- Talvez. Passada de olho, não tive tempo...
- Bom, acertou que saí do médio direto pra faculdade, mas física não é o primeiro curso que entro e nem sei se vou me manter nesse.
- Ah, claro que vai!
"Será que ela não quer me perder?"
- E eu tenho 24, acha que é suficiente pra me levar pra sair?
Eles riram e ela não respondeu.
"Isso é um sim?"
- Você tem quantos anos? me desculpa pelo atrevimento, professores são meio que intocáveis.
- Eu pareço intocável? Eu tenho 28.
- Ah, pior que parece e você é nova, até aparenta ter minha idade.
- Sou uma bebê que faz bebê, né.
"O que significa isso? Ela ta brincando comigo?" Ele estava quase explodindo.
Ana entrou com o carro no estacionamento do stand e parou.
- Vamos lá?
Ele respirou fundo e desceu sem tirar a mochila da frente.
- Pode deixar a bolsa, leva só sua carteira.
- Ah, eu gosto de andar com mochila.
- então tá.
Ela travou o carro e seguiu para uma porta nos fundos. Ele estava acompanhando e tentando se acalmar.
Eles entraram.
- Pode esperar aqui.
Ana se encaminhou até um rapaz musculoso e careca que a abraçou e conversaram por alguns momentos até ele ir até o caixa.
Andrew não conseguia ouvir a conversa por causa da distância, mas a cena foi suficiente para lhe causar ciúme.
Ana estava vindo agora em sua direção e ele notou que o cara estava olhando pra bunda dela, nesse momento ele já não estava mais excitado.
Entraram em uma sala e Ana pegou equipamentos numa pequena caixa sobre uma mesa e entregou à ele.
- Sala só pra gente.
Enquanto Andrew estava se preparando, Ana já estava se posicionando com uma carabina de ferrolho, mirando no alvo como se estivesse em combate.
Silêncio.
Ela virou o rosto pro lado para olhar Andrew que estava ao seu lado sem saber o que fazer, voltou a olhar pra frente e disparou com a mesma sutileza que segurava um canetão para escrever na lousa.
- Na cabeça, bravo!
- Vou te ajudar.
Ela entregou para Andrew e posicionou o corpo dele de forma correta, ficou por trás de seu corpo e encostou nas costas dele. Ele segurou e mirou no alvo, mas só conseguia se concentrar na respiração  calma dela que estava acariciando seu pescoço.




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