Petite Amy, passé.

Seria bom se estivesse arrependido e me pedisse perdão, mas não foi o que ele fez.
Me beijou na testa e saiu, corri até a janela da sala e o vi entrar no carro saindo rapidamente. Fiquei intacta por um momento, O que eu faria agora? Eu só tinha oito anos, vieram tantas coisas em minha cabeça, então me lembrei de minha mãe, fui correndo até o banheiro, me ajoelhei ao lado da banheira, apoiei os braços na borda e deitei minha cabeça sobre eles, fitei o rosto dela, parecia dormir, era tão linda, era minha mãe, meu porto seguro.
Ela não podia ficar ali, eu devia fazer algo, ouvi um barulho na porta, fui olhar e era a policia, talvez meu pai quem tivesse ligado. Um monte deles estavam adentrando da minha casa, revirando coisas, procurando pistas, um homem negro e alto me viu e caminhou em minha direção.

- Cadê?

Apontei para o banheiro, ele chamou sua equipe e começaram de lá, tudo estava acontecendo tão rápido. O homem negro de nome Brian voltou e abraçou.

- Qual seu nome, criança?
- Amy.
- Quantos anos você tem?
- Eu tenho sete.
- Sabe onde ficam os telefones de alguém que você conheça? Família?

Peguei sua mão e puxei-o até a sala, peguei um caderno de anotações e entreguei a ele.
Ele verificou várias vezes e perguntou:

- Gostaria de ir para casa de alguém, Amy?
- Sim. Tia Lily.

Ele fez a ligação, sentei no sofá, e fiquei olhando ele explicar para ela o que estava acontecendo, ou o que eles achavam que havia acontecido. Fui até a porta, a casa estava cercada por uma grande faixa amarela com listras pretas, fui para meu quarto, deitei em minha cama e chorei, chorei todas as lágrimas que pudessem haver em mim.

Acordei com o barulho da porta se abrindo, ele se aproximou e sentou na beira da cama e disse:

- Você vai ficar na casa da Lily, ela esta vindo te buscar.
- O que vai acontecer com a minha casa?
- Nada. Você pode me dizer o que aconteceu?

- Ele machucou a mamãe.

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